O presidente da AMP/RS, Victor Hugo Azevedo, participou, nesta sexta-feira (6), da abertura do 3º Encontro Gaúcho de Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, realizado no auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa. O evento, promovido pela Frente Parlamentar dos Homens pelo fim da Violência contra a Mulher na Assembleia Legislativa, contou, ainda, com as presenças do subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles; e do presidente da Fundação Escola Superior do MP, David Medina da Silva.

Eles compuseram a mesa de abertura juntamente com o deputado estadual Edegar Pretto, coordenador do encontro; o ex-governador do Estado Olívio Dutra; o deputado federal Henrique Fontana; e os secretários estaduais de Políticas para as Mulheres, Ariane Leitão; e da Educação, José Clovis de Azevedo; entre outras autoridades. O seminário debateu experiências de instituições públicas e de organizações não governamentais na reeducação de agressores.

Na abertura do evento, que teve como tema ‘Reeducar para quebrar o ciclo da violência”, o coordenador do movimento no Parlamento gaúcho, referiu a importância de o encontro gaúcho chegar à sua terceira edição. “Queremos, com humildade, que os homens gaúchos sirvam de referência para os de outros Estados do país”, ressaltou Edegar Pretto. Ele também salientou a necessidade de que o Rio Grande do Sul avance na efetivação de políticas públicas relacionadas ao tema.

APOIO MINISTERIAL

Conforme o dirigente da AMP/RS, a violência contra a mulher, assim como todo tipo de violência doméstica, constitui a matriz reprodutora da violência de uma geração para outra. "É imperioso um grande esforço para atacar, eficazmente, essa mazela da sociedade, e a Associação do Ministério Público gaúcho não poderia ficar fora dessa iniciativa", disse Victor Hugo.



Durante o encontro, Marcelo Dornelles assegurou que a integração do Ministério Público à causa é total. Lembrou da importância de recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que garante a ação do poder público independente de manifestação da vítima. “A legislação anterior transferia à mulher a responsabilidade de representar contra o agressor. Agora, a mensagem simbólica que fica é que a sociedade, como um todo, não tolera atos de violência doméstica”, sintetizou. Ele salientou, ainda, que a maioria dos casos de agressões nos lares brasileiros está ligada ao abuso do álcool e de outras drogas e à questão cultural.

Por sua vez, David Medina da Silva lembrou que a Lei Maria da Penha é um dos mais importantes instrumentos de proteção das mulheres no cenário mundial. Ele saudou a presença de um grande número de homens no evento. “Esse envolvimento é fundamental para mobilizarmos a sociedade. São 10 mulheres que morrem por dia vítimas da violência. Precisamos mudar esse cenário”, encerrou.

REDE LILÁS

Representando o governo do Estado, a secretária de Políticas para as Mulheres, Ariane Leitão, lembrou que as pautas estão presentes no conjunto de atividades dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, que se encerra nesta terça-feira (10). Ariane elogiou a iniciativa de discutir política educacional voltada às questões de gênero e abordou as ações integradas realizadas pela Rede Lilás. “Estamos trabalhando para que a Rede Lilás efetivamente sirva para integrar políticas de acolhimento, atendimento e de prevenção”, enfatizou.

O ex-governador Olívio Dutra participou da abertura do evento e lembrou que as mudanças culturais devem ser construídas de baixo para cima. “Esta frente tem uma enorme tarefa, mas muito me honra ser um dos membros deste movimento, desta grande caminhada”.