O presidente da AMP/RS, Victor Hugo Palmeiro de Azevedo Neto, esteve em Encantado na quarta-feira (01) para uma conversa informal com os veículos de imprensa da região. No encontro, realizado no final da tarde, na sede da Promotoria de Justiça, o dirigente fez uma manifestação firme de apoio e solidariedade aos colegas André Eduardo Schröder Prediger e Karina Mariotti, que atuam naquela comarca e vêm sendo criticados pelo chefe do Executivo local por conta do encaminhamento dado por ambos na análise de um projeto assistencial criado na administração anterior do município e que esteve sob investigação do Ministério Público.



Ao lado da promotora Karina, firmatária de nova promoção de arquivamento do caso, Azevedo renovou a confiança no trabalho dos colegas e assegurou que o exame do caso transcorre em absoluto respeito ao devido processo legal. "Mas é fundamental, também, que haja respeito entre as instituições e as atribuições de cada uma delas. Respeitamos o Executivo e esperamos o mesmo tratamento. A administração municipal pode e deve acompanhar o andamento desse caso junto ao Conselho Superior do Ministério Público, assim como tomar as medidas jurídicas que entender necessárias. Repudiamos, no entanto, qualquer tentativa de condicionamento à atuação dos colegas, que, com certeza, continuarão a cumprir com suas obrigações com absoluta independência como sempre o fizeram".



Questionado pelos repórteres, o presidente lamentou profundamente as insinuações lançadas pelo prefeito Paulo Costi, de que a Promotoria local estaria favorecendo a impunidade. "O combate à impunidade é uma das nossas principais batalhas. Não podemos aceitar essa pecha. Estamos aqui para repudiar publicamente as palavras do prefeito e lamentar a forma como ele vem se manifestando sobre o caso. Se isso continuar, certamente daremos total apoio e assistência para a tomada das medidas cabíveis, se este for o desejo dos colegas". Participaram do encontro representantes dos jornais Antena, Opinião, Informativo do Vale, A Hora e Força do Vale, além das rádios Independente

e Encantado.

O METAMORFOSE

Criado em 2006, com o objetivo de assistir crianças e adolescentes oriundos de famílias de baixa renda, o Projeto Metamorfose foi extinto em 2009 pela atual administração de Encantado, sob suspeita de desvio de recursos e prática de atos de improbidade. O inquérito, inicialmente, foi conduzido pelo promotor André Prediger, que não vislumbrou ocorrência de crime ou de ato de improbidade, e encaminhou o assunto ao Conselho Superior do MP, com promoção de arquivamento. O órgão determinou a realização de novas diligências, o que foi cumprido pela promotora Karina Mariotti, que igualmente propôs o fim do inquérito e promoveu o arquivamento da matéria criminal perante o Poder Judiciário. A juíza responsável pelo caso acolheu a promoção de arquivamento criminal. A homologação ou não da promoção de arquivamento do inquérito civil deverá ser analisada novamente pelo Conselho Superior.