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A dura, mas gratificante, rotina de promotor

A buzina dos carros como cumprimento, os acenos e abraços recebidos ao circular pelas ruas de Gramado nos últimos dias soam como recompensa ao promotor de Justiça Antônio Képes. Com 12 anos de Ministério Público, 10 deles atuando na comarca do município serrano, ele é um dos protagonistas da Operação Papai Noel, que na semana passada resultou na denúncia contra 34 pessoas envolvidas com a organização do Natal Luz. Ao lado dos colegas Max Guazzelli, também de Gramado, e Ádrio Gelatti, de Caxias do Sul, Képes intensificou as investigações que iniciaram-se há cerca de um ano e meio e apontaram a prática de uma série de crimes, incluindo formação de quadrilha e o desvio de cerca de R$ 9 milhões por conta do evento, somente entre 2007 e 2010.
05/08/2011 Atualizada em 21/07/2023 11:01:35
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A buzina dos carros como cumprimento, os acenos e abraços recebidos ao circular pelas ruas de Gramado nos últimos dias soam como recompensa ao promotor de Justiça Antônio Képes. Com 12 anos de Ministério Público, 10 deles atuando na comarca do município serrano, ele é um dos protagonistas da Operação Papai Noel, que na semana passada resultou na denúncia contra 34 pessoas envolvidas com a organização do Natal Luz. Ao lado dos colegas Max Guazzelli, também de Gramado, e Ádrio Gelatti, de Caxias do Sul, Képes intensificou as investigações que iniciaram-se há cerca de um ano e meio e apontaram a prática de uma série de crimes, incluindo formação de quadrilha e o desvio de cerca de R$ 9 milhões por conta do evento, somente entre 2007 e 2010.



A satisfação pelo reconhecimento dos cidadãos, entretanto, é um dos lados da balança na rotina de quem se dedica à carreira do Ministério Público. Do outro, como vêm experimentando os três promotores que atuam no caso, estão, por exemplo, as dificuldades na obtenção de provas, o silêncio temeroso das testemunhas, os ataques pessoais, a retaliação e as ameaças por parte dos suspeitos.

Képes sabe que a circunstância faz parte do pacote. “Quando ingressamos na carreira, sabemos o que vamos enfrentar. Encaramos de frente e seguimos o trabalho. O trabalho conjunto de toda a estrutura do Ministério Público fornece os meios para nossa proteção”, garante.



O dano causado ao esquema desmantelado na Serra despertou a contrariedade de quem, segundo o promotor, construiu uma estrutura que se apoderou política e economicamente de Gramado. Não é a toa que Képes e Guazzelli precisaram se resguardar do perigo com o apoio de escolta e seguranças. “A cidade passou cerca de 20 anos refém desse grupo. Chegamos a uma situação em que até mesmo os vendedores autônomos de pipoca no entorno da Rua Coberta foram expulsos para que esse comércio fosse assumido pelos integrantes do esquema criminoso. E era muito difícil materializar as provas, porque ninguém tinha coragem de falar”, lembra o promotor.



LIMINARES

A saída foi a busca da quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico dos investigados. Conforme Képes o esquema começou a ruir a partir da pressão do Ministério Público e da Justiça. “A atuação do Município começou a transparecer ilegalidade. O evento cresceu demais, e posso afirmar que eles acabaram engolidos pela própria ganância”.



gramadocs.jpgO esforço ganhou novo motivo de comemoração no final da tarde desta quinta-feira, quando a juíza Aline Ecker Rissato deferiu todas as liminares solicitadas pelo MP para garantir a transparência da execução do Natal Luz. Sete pessoas, incluindo o empresário Luciano Peccin e sua família, estão proibidas de ser contratadas, ter suas empresas contratadas ou prestar serviços ao poder público. Os demais envolvidos na ação civil, com exceção do município de Gramado, do prefeito, Nestor Tissot, e do vice-prefeito, Luiz Antônio Barbacobvi, estão proibidos de receber verbas, ser contratados ou receber incentivos e benefícios fiscais.



A justiça também determinou que a prefeitura de Gramado execute o Natal Luz deste ano, marcado entre 3 de novembro e 15 de janeiro, e substitua o secretário de Turismo, Gilberto Tomasini, que também estava na presidência do Natal Luz. “Gramado está se libertando de uma escravatura. Em toda a minha trajetória como promotor, nunca havia verificado alegria tão grande em uma comunidade como a que tenho percebido agora”, revela o promotor.



Képes, Guazzelli e Gelatti receberam, na última terça-feira, o vice-presidente administrativo da AMP, Sérgio Harris, o procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, e o subprocurador-geral para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles. A visita foi uma manifestação de reconhecimento e apoio da Instituição e da entidade de classe ao trio neste momento de dificuldade. “Esse respaldo é fundamental para o desempenho da função ministerial. Aliás, o trabalho integrado é uma ferramenta imprescindível para que alcancemos os resultados. Por isso é necessário destacar a vinda dos colegas em sinal de solidariedade, tanto pela Procuradoria quanto pela AMP, que está de prontidão para o for preciso. Nosso trabalho vem sendo acompanhado, e deve ser assim para que possamos atuar com eficiência em nome das pessoas de bem”, conclui Képes. 





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