Associações de juízes, defensores públicos, membros do MP e procuradores do Estado lançam campanha contra fake news
Quatro entidades de classe que integram o Sistema de Justiça do RS se uniram em uma campanha contra fake news. Nesta terça-feira (21), o grupo lança um manifesto alertando para os prejuízos à sociedade decorrentes da produção e do compartilhamento de fake news nas redes sociais, especialmente no WhatsApp.
O movimento reúne as associações de Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS), das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do RS (ADPERGS), do Ministério Público do Rio Grande do Sul (AMP/RS) e dos Procuradores do Estado do RS (APERGS), que usarão seus canais de comunicação para conscientizar sobre o tema.
No texto “Diga não à mentira” as entidades destacam que a produção de fake news é ilegal e muitas vezes decorrente de manipulações para “prejudicar muitos em benefícios de poucos”, especialmente nos momentos de crise, como o que o Estado está vivendo. Também ressalta que compartilhar mentiras, mesmo que sem intenção, pode ter graves consequências.
“Neste momento de imensa dor, em que os agentes públicos, junto com a sociedade civil, demonstram engajamento e solidariedade, é lastimável que tenhamos que desperdiçar energia para combater a mentira. Mas algo precisava ser feito para a conscientização da necessidade de reflexão sobre as informações que visam apenas semear inverdades em benefício de poucos. Queremos, com a campanha, contribuir para o restabelecimento da verdade e da boa informação”, afirma Cristiano Vilhalba Flores, presidente da AJURIS.
Ele destaca que a AJURIS vê com preocupação a recorrente contaminação dos nossos processos sociais por fake news, como já ocorreu nas eleições, na violência em Brasília durante o ataque aos Poderes e agora nesse momento de calamidade pública. “A fake news começa a se infiltrar de modo perverso em nossa teia social”, diz.
“É inacreditável que em meio a maior catástrofe do RS, também tenhamos que depositar esforços para enfrentar este criminoso esquema de desinformação. Em muitos casos, a proliferação de fake news impede desde o salvamento de vidas até a preservação da saúde das vítimas das enchentes”, reforça João Ricardo Santos Tavares, presidente da AMP/RS.
A presidente da APERGS, Roselaine Rockenbach, destaca a extrema preocupação com a proliferação de notícias falsas relacionadas à tragédia climática que assola o Rio Grande. “Neste momento de união de esforços em prol dos atingidos e de reconstrução do Estado, repudiamos veementemente as condutas de pessoas e grupos que criam ou disseminam informações falsas, desacreditando o trabalho do poder público na coordenação das atividades de enfrentamento da tragédia”, afirma.
Já o presidente da ADPERGS, Mário Rheingantz, demonstra preocupação com as consequências do índice elevado de fake news. “Produzir ou divulgar fake News pode gerar danos irreversíveis para as pessoas e para o estado de direito. O jornalismo responsável é fundamental para a democracia. Checar fontes confiáveis ao receber e, especialmente, antes de repassar notícias, pode salvar vidas e é uma ação fundamental na construção de uma sociedade melhor”, pontua.
Confira a íntegra do texto:
Diga não à mentira
A mentira tem um nome novo, fake news, mas ela continua produzindo males antigos: ela impede que você conheça a verdade para tomar as decisões que impactam a sua vida.
Você pode não produzir fake news, o que é ilegal, mas fique atento: você pode, sem intenção, espalhar fake news e isso tem graves consequências. E quem cria fake news conta com isso, conta com que você passe adiante.
Unidas, as associações dos juízes e juízas, das defensoras e defensores públicos, dos membros do Ministério Público e dos procuradores e procuradoras do Estado do Rio Grande do Sul lançam um movimento para tentar impedir a transmissão de fake news entre as pessoas, principalmente nos grupos de WhatsApp.
Em momentos de crise como estamos vivendo, a fake news é criada para prejudicar muitos em benefício de poucos: são os que querem manipular as decisões das pessoas para lucrar com o resultado desse processo.
A mentira atrapalha o trabalho do poder público que está envolvido em salvar vidas e recuperar estruturas atingidas pelas chuvas.
A mentira prejudica a todos. Menos quem lucra com ela.
Não espalhe fake news. Não espalhe mentiras.