Brasil cresce no ranking de corrupção
Os exportadores brasileiros estão entre os mais propensos a praticar atos de corrupção para fechar negócios no Exterior, segundo levantamento da organização não-governamental Transparência Internacional divulgado nesta quarta-feira (4/10). O Brasil ocupa a 23ª posição no índice de pagamentos de propina (Bribers Payers Index, BPI) que avaliou as práticas de empresas com sedes em 30 países responsáveis por 82% das exportações mundiais no ano passado. Quanto melhor a posição de um país no ranking, menor a propensão de seus exportadores para a corrupção.
O BPI é liderado pela Suíça, seguida pela Suécia, Austrália, Áustria, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Holanda, Bélgica e Estados Unidos. Os países piores colocados que o Brasil são a África do Sul (24ª), Malásia, Taiwan, Turquia, Rússia, China e a Índia, cujas empresas são consideradas as mais corruptas ao fazerem negócios no Exterior. No ranking anterior, realizado em 2002, o Brasil não havia sido incluído.
A diretora para as Américas da Transparência Internacional, Silke Pfeiffer, disse que a posição do Brasil mostra que suas empresas exportadoras não se comportam de uma "forma limpa", uma atitude que reflete o clima de elevada corrupção dentro do país. Ela responsabilizou tanto as próprias empresas quanto o governo brasileiro pelo problema. Silke lembrou que o Brasil aderiu à convenção antipropinas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). "Apesar de ter assumido esse compromisso, o governo não tem conseguido exigir que empresas exportadoras brasileiras respeitem a lei quando fazem seus negócios no exterior", disse.
O estudo mostrou que a corrupção ainda é uma prática muito utilizada por empresas de todo o mundo, inclusive de países ricos. Prova disso é que a melhor colocada no ranking, a Suíça, responsável por 1,2% da exportação mundial, recebeu nota média de 7,81 pontos, sendo que esta poderia variar de zero a 10. A nota média do Brasil, que também abocanha 1,2% das exportações mundiais, foi de 5,65 pontos. Foram entrevistados 11.232 executivos em 125 países, cujas economias combinadas representam 98% do PIB mundial.
Fonte: Jornal Correio do Povo