Cachoeirinha vai criar comunidade terapêutica
Iniciativa pode ser uma das primeiras administradas por governo municipal
Dependente químico recuperado, o prefeito de Cachoeirinha, Vicente Pires, está à frente de uma iniciativa de enfrentamento ao crack e ao álcool. Com recursos públicos, a prefeitura está transformando um terreno de 11 hectares em uma comunidade terapêutica.
Iniciativa pode ser uma das primeiras administradas por governo municipal
Dependente químico recuperado, o prefeito de Cachoeirinha, Vicente Pires, está à frente de uma iniciativa de enfrentamento ao crack e ao álcool. Com recursos públicos, a prefeitura está transformando um terreno de 11 hectares em uma comunidade terapêutica.
Seria uma das primeiras administradas por um governo municipal no país. A localização do terreno é mantida sob sigilo para evitar possíveis ocupações irregulares antes da inauguração. Há uma casa de dois pavimentos de cerca de 350 metros quadrados e um prédio anexo, menor. A ideia é adaptar a residência para abrigar dormitórios, banheiros e refeitório, e o imóvel secundário, para a realização de oficinas profissionalizantes.
Presidente da Associação Brasileira de Estudos sobre o Álcool e Outras Drogas, o psiquiatra Carlos Salgado elogia a iniciativa, mas ressalta que o atendimento deve ser feito por pessoas especializadas para que se torne eficaz ao que se propõe.
– Toda iniciativa que visa a atender dependentes químicos é bem-vinda, ainda mais uma comunidade terapêutica pública. Não tenho notícia de outra totalmente administrada por uma prefeitura como essa. Espero que esteja dentro das normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), com equipe especializada – afirma Salgado.
Governo do Piauí trata de condenados pela Justiça
Ação semelhante foi adotada pelo governo do Piauí. Em iniciativa considerada pioneira no país, criou em março uma comunidade terapêutica pública para tratar dependentes químicos condenados pela Justiça. Numa área de 4 mil metros quadrados localizada na zona rural de Teresina, usuários de drogas que se envolveram em crimes permanecerão 12 meses para se desintoxicar, como forma de pena alternativa à prisão.
O investimento do governo foi de R$ 2,3 milhões, sem incluir gastos mensais com pessoal e manutenção da unidade, que ficou sob a responsabilidade da Fazenda da Paz, ONG que atua há 15 anos no tratamento antidrogas e que tem outras duas comunidades terapêuticas na região.
Paralelamente ao tratamento, os internos poderão realizar cursos profissionalizantes, para facilitar a obtenção de emprego. A capacidade de atendimento é de 160 vagas, das quais 30 já estão preenchidas. Todos são usuários de crack.
Fonte: Zero Hora, 09 de maio de 2010