Controle de natalidade entre as <br> prioridades do presidente do Parlamento
Ao assumir, nesta quarta-feira (31/1), a presidência da Assembléia Legislativa, o deputado Frederico Antunes criticou os interesses corporativos dos poderes e disse que trabalhará por permanente diálogo e busca de entendimento. "Há graves problemas na relação entre os poderes e, não raro, são conduzidos como se fossem corporações. Proclamo a minha convicção de que todos são invernadas de uma mesma estância, cujo patrão é o povo gaúcho. Não será tarefa fácil, mas o diálogo é sempre bom começo para realizarmos mudanças", enfatizou. Antunes preferiu não citar as corporações, argumentando que todos os poderes têm seus interesses particulares. "Em função disso, muitas vezes não conseguimos fazer com que exista independência aliada à harmonia", avaliou.
Segundo o parlamentar, as divisões e conflitos causaram estragos suficientes ao Rio Grande do Sul e, muitas vezes, retrocesso. "A sociedade aprendeu que animosidades só geram mais problemas. O momento é de unidade acima de todas as divergências", pediu. O novo presidente do Legislativo também mandou recado para a governadora Yeda Crusius: que busque sempre o diálogo e não pegue a Assembléia de surpresa. Antunes argumentou ainda que os deputados estão abertos ao debate e à construção de projetos de interesse do Estado. "Apenas uma rua asfaltada nos separa e não um rio caudaloso. Estaremos sempre de portas abertas para os demais poderes e confiamos que farão o mesmo para entedimentos diretos, olho no olho", afirmou.
O presidente está disposto a se reunir com as demais 26 assembléias legislativas do país para, juntas, trabalharem pelas reformas política e tributária. Ele defendeu a necessidade de novo pacto federativo que possibilite melhor divisão de recursos entre governo federal, estados e municípios. "Andamos a cabresto da União. Há demasiado controle das contribuições por parte do governo federal. Aos Estados e municípios cabe somente o ônus", salientou o parlamentar.
Outra prioridade de Antunes durante o ano será a atuação direta da Assembléia Legislativa no controle da natalidade. Segundo ele, as discussões envolverão também o Ministério Público e a Igreja. Essa muitas vezes contrária às políticas de planejamento familiar. "As pessoas precisam ter acesso à informação e liberdade de escolha. Muita gente acaba se arrependendo porque não teve chance de planejar a constituição de uma família", sustentou. Antunes ficará na presidência do Parlamento até o dia 31 de janeiro de 2008, quando passará o cargo para o PMDB.
Fonte: Jornal Correio do Povo