Especialistas discutem inteligência artificial aplicada no Ministério Público
A crescente presença de soluções tecnológicas baseadas em Inteligência Artificial (IA) no sistema judiciário foi tema do painel “Inteligência Artificial Aplicada no Ministério Público”, realizado nesta quinta-feira, 12 de setembro, durante o XVI Congresso Estadual do Ministério Público, no Teatro Lupicínio Rodrigues, no Centro de Eventos do Wish Serrano Resort, em Gramado. O debate foi mediado pela promotora de Justiça Júlia Flores Schütt, integrante do Núcleo de Inovação e Tecnologia da AMP/RS, que destacou o papel da tecnologia em apoiar, e não substituir, o trabalho jurídico. "Estamos aqui movidos pela inquietação", disse Júlia. "Com o Núcleo de Inovação da AMP/RS, buscamos garantir que o Direito não seja capturado pela tecnologia, mas que ela nos ajude a encontrar soluções inovadoras para aumentar a efetividade do nosso trabalho”, ressaltou.
O subprocurador-geral de Justiça de Gestão Estratégica do MP/RS, João Cláudio Pizzato Sidou, reforçou essa visão, destacando que, embora a IA esteja cada vez mais presente, ela não substitui o ser humano. "A Inteligência Artificial é uma reprodução de comportamentos inteligentes de um sistema. Diferente do que temos hoje, no futuro teremos uma IA muito mais transparente. Ela será onipresente em nossas vidas, mas muitas vezes invisível, assim como a internet nos dias de hoje", afirmou.
Moacyr Rey Filho, conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), abordou a importância de padronizar e fortalecer as soluções tecnológicas nos Ministérios Públicos de todo o país. Ele destacou o papel da IA em otimizar o tempo de trabalho, com algumas ferramentas proporcionando ganhos de eficiência de até 300%. "A IA vem para potencializar nossas capacidades humanas, permitindo a criação automática de documentos, análises de processos e classificação de casos por similaridade, trazendo mais eficiência operacional ao Ministério Público”, disse.
Por fim, o gerente de contas da TechBiz Forense Digital, Marcelo Fillmann, falou sobre os avanços na investigação digital graças às soluções tecnológicas. "O foco é usar a IA para chegar nas evidências necessárias. Temos várias soluções, como ferramentas para desbloqueio de celulares, que já são amplamente utilizadas pelos GAECOs. Essas ferramentas modernizam as investigações e, com o uso, se tornam cada vez mais eficazes”, destacou.