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O voto e os interesses

Então, vamos votar; vamos votar em quem merece nossa confiança, em quem poderá fazer alguma coisa boa por nossa cidade, pelo nosso Estado e pelo nosso país. Com isso, estaremos qualificando nossa representação política. Não vamos votar em branco nem anular nosso instrumento de transformação da sociedade. Agora é a hora, vamos votar bem e mostrarmos aos candidatos que eles terão que trabalhar muito por nós, principalmente porque ficaremos de olho neles.
28/09/2006 Atualizada em 21/07/2023 10:59:22
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O jornal Correio do Povo publicou nesta quinta-feira (28/9) artigo assinado pelo promotor de Justiça eleitoral Neidemar José Fachinetto e pelo advogado e empresário J. L. Rocha Bueno.


Em geral, a tolerância provém do egocentrismo, que impede um comportamento com dimensões maiores que se possa tolerar; de outro lado, é a partir da solidariedade que se constrói o altruísmo. Contudo, é extremamente difícil agir sem colocar-se no centro de todo o querer ou de todo o buscar.


Para corroborar a afirmação supra é inevitável recorrer a Voltaire, o príncipe da Revolução Francesa, o qual, somando-se a Rousseau, semeou as idéias estruturais de um pensamento filosófico que percorreu a mente de milhões de pessoas. Inicialmente, eram os franceses a adotarem tal raciocínio. Depois, a expansão tornou-se irreversível, atingindo os dias hodiernos como referenciais éticos/morais. Além disso, foi de Voltaire a enfática afirmativa de que todos agem de acordo com os seus interesses.


No entanto, na iminência de mais uma eleição, precisamos refletir que interesses nos movem, para que bem exerçamos o poder de votar. Por certo não será impelido por sentimentos meramente individuais, como aqueles que justificam a troca do voto por um efêmero favor em dias que antecedem o pleito ou promessa vã (que muitas vezes nem sequer pode ser satisfeita) e, muito menos, em decorrência do apelo publicitário, que nivela todos, nem sempre por cima, tornando os candidatos muito parecidos uns dos outros naquilo que dizem e prometem (basta acompanhar a propaganda eleitoral).


Também não será deixando de exercer essa importante missão cívica que estaremos contribuindo para um país melhor, onde o melhor interesse nem sempre será a satisfação de nossos objetivos mais imediatos, mas sim da realização do bem-estar da maioria da população. Ademais, nossa omissão (chamada por alguns de protesto) apenas contribuirá para que aqueles (maus) políticos que apenas se interessam com o eleitor e dizem se preocupar com os anseios do povo, porque querem conquistar nosso voto, mantenham-se ou conquistem o poder.


Então, vamos votar; vamos votar em quem merece nossa confiança, em quem poderá fazer alguma coisa boa por nossa cidade, pelo nosso Estado e pelo nosso país. Com isso, estaremos qualificando nossa representação política. Não vamos votar em branco nem anular nosso instrumento de transformação da sociedade. Agora é a hora, vamos votar bem e mostrarmos aos candidatos que eles terão que trabalhar muito por nós, principalmente porque ficaremos de olho neles.


 



 

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