Tipo:
Notícias
Painel com vencedora do Nobel da Paz em 2018, Nadia Murad, aborda enfrentamento de grupos extremistas e acolhimento de refugiados
Promovido
pela AMP/RS em parceria com outras entidades jurídicas do Estado,
evento foi marcado pela outorga do Prêmio Miguel Velasquez de Direitos
Humanos de 2023 à palestrante
Ativista iraquiana na defesa dos direitos humanos e vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2018, Nadia Murad foi a convidada especial de um painel realizado na sede do Ministério Público gaúcho, na manhã desta quarta-feira, 21 de junho. Com tradução simultânea, o evento reuniu representantes de entidades jurídicas do Estado e estudantes do curso de Direito da Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP).
Durante a sua fala, Nadia contou sobre como a população do Iraque sofre sob a atuação terrorista do grupo extremista Estado Islâmico e compartilhou a sua história como sobrevivente do tráfico humano e da violência a qual foi submetida junto ao povo do vilarejo em que vivia. Além disso, a ativista falou da ajuda humanitária que realiza ao povo da cidade de Sinjar, no Iraque, por meio do seu projeto.
Para ela, é necessário que haja a compreensão da dimensão do uso da violência sexual como instrumento de destruição para que haja um efetivo enfrentamento do problema. “A violência sexual sempre foi considerada apenas como um efeito colateral dos conflitos armados, sendo vista como algo pequeno no contexto de guerra. Entretanto, ela é utilizada como uma arma de guerra para destruir comunidades e famílias”, enfatizou.
Segundo Nadia, a crescente adesão a grupos extremistas aliada à falta de acolhimento e silenciamento das vítimas torna ainda mais complexo o cenário de combate à ação criminosa. A ativista ainda apontou as falhas do sistema de Justiça internacional e o desinteresse por parte das lideranças políticas mundiais como um agravante destas condições. Em sua explanação, ela destacou que um dos principais objetivos da sua luta é a busca pela devida responsabilização daqueles que cometem crimes de guerra. “O povo do Iraque precisa de Justiça, porque não haverá garantia alguma de que será possível viver em paz no Iraque sem que haja Justiça”, disse.
Ao final do painel, o procurador-geral de Justiça do Estado, Alexandre Saltz, realizou a entrega do Prêmio Miguel Velasquez de Direitos Humanos de 2023 à convidada. Instituída pelo Ministério Público do Estado em 2015, a honraria reconhece personalidades que se dedicam à defesa dos direitos humanos e à proteção da infância e da juventude.
Um dos idealizadores do painel, o presidente João Ricardo Santos Tavares celebrou a realização do evento e ressaltou a importância do debate no cenário internacional. “Foi um momento histórico e extremamente impactante. Com uma fala afável e ao mesmo tempo muito potente, a convidada impactou a todos que acompanharam o painel, conscientizando da necessidade que os imigrantes sejam mais do que acolhidos. É necessário que as lideranças mundiais e a sociedade entendam que é preciso promover ações mais efetivas para o enfrentamento dos problemas que causam a imigração dos refugiados. É inspirador como Nadia Murad transformou o seu sofrimento em luta”, destacou o dirigente.
O evento foi promovido pela Associação do Ministério Público do RS (AMP/RS), pelo Ministério Público do Estado (MPRS), pela Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP), pela Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado (ADPERGS), pela Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS), pela Associação dos Procuradores do Estado (APERGS), pela Escola Superior da Magistratura do Estado (Escola da AJURIS), pela Fundação Escola Superior da Defensoria Pública (FESDEP) e pela Escola Superior de Advocacia Pública da Associação dos Procuradores do Estado (ESAPERGS).
À noite, a partir das 20h, Nadia Murad fará uma das conferências mais aguardadas da atual temporada do Fronteiras do Pensamento, no Teatro Unisinos campus Porto Alegre.
Nadia Murad
Nascida no Iraque e pertencente à minoria yazidi, Nadia Murad foi sequestrada pelo grupo extremista Estado Islâmico em 2014, aos 21 anos, e foi explorada sexualmente. Foi prisioneira durante três meses, período no qual viu seu povo ser assassinado e perdeu diversos membros da família. Após conseguir escapar, passou a compartilhar sua história de sobrevivência, tornando-se um símbolo da luta contra o tráfico sexual de mulheres e o uso da violência sexual em guerras e conflitos armados. Em 2018, Nadia dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o médico congolês Denis Mukwege.
Durante a sua fala, Nadia contou sobre como a população do Iraque sofre sob a atuação terrorista do grupo extremista Estado Islâmico e compartilhou a sua história como sobrevivente do tráfico humano e da violência a qual foi submetida junto ao povo do vilarejo em que vivia. Além disso, a ativista falou da ajuda humanitária que realiza ao povo da cidade de Sinjar, no Iraque, por meio do seu projeto.
Para ela, é necessário que haja a compreensão da dimensão do uso da violência sexual como instrumento de destruição para que haja um efetivo enfrentamento do problema. “A violência sexual sempre foi considerada apenas como um efeito colateral dos conflitos armados, sendo vista como algo pequeno no contexto de guerra. Entretanto, ela é utilizada como uma arma de guerra para destruir comunidades e famílias”, enfatizou.
Segundo Nadia, a crescente adesão a grupos extremistas aliada à falta de acolhimento e silenciamento das vítimas torna ainda mais complexo o cenário de combate à ação criminosa. A ativista ainda apontou as falhas do sistema de Justiça internacional e o desinteresse por parte das lideranças políticas mundiais como um agravante destas condições. Em sua explanação, ela destacou que um dos principais objetivos da sua luta é a busca pela devida responsabilização daqueles que cometem crimes de guerra. “O povo do Iraque precisa de Justiça, porque não haverá garantia alguma de que será possível viver em paz no Iraque sem que haja Justiça”, disse.
Ao final do painel, o procurador-geral de Justiça do Estado, Alexandre Saltz, realizou a entrega do Prêmio Miguel Velasquez de Direitos Humanos de 2023 à convidada. Instituída pelo Ministério Público do Estado em 2015, a honraria reconhece personalidades que se dedicam à defesa dos direitos humanos e à proteção da infância e da juventude.
Um dos idealizadores do painel, o presidente João Ricardo Santos Tavares celebrou a realização do evento e ressaltou a importância do debate no cenário internacional. “Foi um momento histórico e extremamente impactante. Com uma fala afável e ao mesmo tempo muito potente, a convidada impactou a todos que acompanharam o painel, conscientizando da necessidade que os imigrantes sejam mais do que acolhidos. É necessário que as lideranças mundiais e a sociedade entendam que é preciso promover ações mais efetivas para o enfrentamento dos problemas que causam a imigração dos refugiados. É inspirador como Nadia Murad transformou o seu sofrimento em luta”, destacou o dirigente.
O evento foi promovido pela Associação do Ministério Público do RS (AMP/RS), pelo Ministério Público do Estado (MPRS), pela Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP), pela Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado (ADPERGS), pela Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS), pela Associação dos Procuradores do Estado (APERGS), pela Escola Superior da Magistratura do Estado (Escola da AJURIS), pela Fundação Escola Superior da Defensoria Pública (FESDEP) e pela Escola Superior de Advocacia Pública da Associação dos Procuradores do Estado (ESAPERGS).
À noite, a partir das 20h, Nadia Murad fará uma das conferências mais aguardadas da atual temporada do Fronteiras do Pensamento, no Teatro Unisinos campus Porto Alegre.
Nadia Murad
Nascida no Iraque e pertencente à minoria yazidi, Nadia Murad foi sequestrada pelo grupo extremista Estado Islâmico em 2014, aos 21 anos, e foi explorada sexualmente. Foi prisioneira durante três meses, período no qual viu seu povo ser assassinado e perdeu diversos membros da família. Após conseguir escapar, passou a compartilhar sua história de sobrevivência, tornando-se um símbolo da luta contra o tráfico sexual de mulheres e o uso da violência sexual em guerras e conflitos armados. Em 2018, Nadia dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o médico congolês Denis Mukwege.
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