Palestra de Martha Gabriel abordou a IA e o futuro da sociedade
Autora dos best-sellers "Liderando o Futuro", "Inteligência Artificial: do zero a superpoderes", "Marketing Na Era Digital", "Educação na Era Digital" e "Você, Eu e os Robôs", a escritora, pesquisadora, professora e palestrante Martha Gabriel foi a atração da conferência que fechou o segundo dia de programação científica do XVI Congresso Estadual do Ministério Público no Wish Serrano Resort, em Gramado. Reconhecida como uma das pensadoras digitais mais influentes do Brasil, Martha apresentou a palestra “Inteligência Artificial e o Futuro da Sociedade” na noite desta quinta-feira, 12 de setembro.
Moderada pelo presidente da AMP/RS, João Ricardo Santos Tavares, a conferência destacou os desafios e as possibilidades das novas ferramentas da era digital. "A tecnologia não substituiu pessoas, ao menos imediatamente. Ela substitui atividades”, ressaltou a palestrante. “A inteligência artificial funciona como se estivesse sendo adicionada uma nova camada em nosso cérebro. Com a IA, nosso cérebro tem um parceiro cognitivo”, complementou, contando que, inclusive, faz o uso de muitas ferramentas atualmente disponíveis: “Uso IA para escrever meus livros, pesquiso, reviso, faço traduções, resumo parágrafos, emprego sinônimos, busco insights e estratégias. Hoje, você faz a mesma coisa, mas de maneira diferente”.
Durante a conferência, Martha abordou as diferenças entre três tipos de IA: preditiva, discriminativa e generativa. A IA preditiva é aquela que funciona como detetive, ou seja, que busca, em uma base de dados, padrões para fazer predições. Já a IA discriminativa, além de reconhecer os padrões, os classifica e organiza. A IA generativa, por sua vez, funciona como um artista, criando com base em informações prévias. “O problema é que as pessoas estão usando a IA generativa esperando resultados como se ela fosse a IA preditiva ou discriminativa”, ressaltou.
Martha ainda falou sobre a evolução da robótica e a tendência de ampliação da autonomia das máquinas, bem como a dificuldade de se encontrar o equilíbrio deste processo. Além disso, destacou a importância de se aprender novas habilidades para extrair das ferramentas de inteligência artificial o melhor que elas podem entregar. “Uma pessoa mediana empoderada por tecnologia torna-se melhor do que o maior especialista humano trabalhando sem tecnologia. Nós já aprendemos a pesquisar. Antes, fazíamos buscas na rede por apenas uma palavra. Hoje, aprendemos a pesquisar. Mas agora, precisamos aprender a perguntar”, ressaltou.
Ao final da conferência, a palestrante destacou a importância do desenvolvimento do pensamento crítico em meio ao crescente uso da inteligência artificial. “Somente com ele é possível fazer as perguntas certas”, afirmou. E, como mensagem para os congressistas, deixou uma reflexão: “O futuro não espera, e não perdoa a falta de preparo. A gente tem que estar preparado”.