Embora antigo, o tema se renova na pauta do dia-a-dia. O crescente espaço conquistado pela mulher no mercado de trabalho ratifica a competência e consolida um desafio permanente na rotina das famílias. O avanço ampliou a já pesada carga de responsabilidades. Mas, longe de incomodar, solidifica o conceito de igualdade entre homens e mulheres na sociedade contemporânea.



Nesse contexto, a promotora de Justiça Caroline Gianlupi, que em janeiro de 2012 assume a comarca de Osório, no Litoral Norte, experimenta um novo momento na carreira. Como milhões de mulheres, ao encerrar a  licença-maternidade e o período de férias, ela retoma as atividades profissionais, sem descuidar também do controle da casa. "Agregar a função de mãe, esposa, gestora da casa e promotora de Justiça é uma tarefa difícil, mas não impossível. Não sou a primeira mulher nem serei a última", observa.



Membro do Ministério Público gaúcho desde 2004, com passagem pelas comarcas de Torres e Capão da Canoa, ela já trabalha para reorganizar a vida, após o nascimento do primogênito Pedro, em 27 de abril. Nessa entrevista, Caroline fala sobre as múltiplas jornadas femininas e a ascensão da mulher na sociedade contemporânea.

Réplica - Depois de sete anos atuando como promotora de Justiça, que dificuldades espera encontrar, em relação ao bebê e ao desempenho de suas funções? Foi preciso reorganizar a vida nesse sentido?

Caroline Gianlupi - Agregar a função de mãe, esposa, gestora da casa e Promotora de Justiça é uma tarefa difícil, mas não impossível. Não sou a primeira mulher nem serei a última, e conheço várias pessoas que estão na mesma condição que eu, as quais satisfatoriamente desempenham todas essas funções. Com certeza, faz-se necessário criar uma estrutura para que se possa conciliar a maternidade e o trabalho, obtendo total êxito. E, nestas funções, não se pode considerar média a satisfação e sim plena a satisfação. Com certeza, para mim será um desafio e uma nova reorganização de vida, sendo que estou muito contente e me sinto abençoada com a chegada do Pedro.

Réplica - Como é, para a mulher, essa divisão entre a profissão (seja qual for) e as atividades em casa, como mãe, como gestora da casa, como esposa.

Caroline - A mulher conquistou e vem conquistando seu espaço na sociedade. Com sua objetividade e perseverança, a mulher assumiu diversos papéis e está conseguindo exercê-los de forma satisfatória. É claro que com a conquista vêm as obrigações e cada vez mais é necessário coragem e organização para enfrentar todos os desafios que a vida apresenta.

Réplica - Fale um pouco sobre a inserção da mulher em cargos com altas responsabilidades e em posições estratégicas.

Caroline - Ocupar cargos de alta responsabilidade e posições estratégicas é cada vez mais freqüente e de fácil constatação na sociedade atual. E isso é a prova de que a mulher está ocupando seu espaço de forma exitosa e sendo reconhecida por isso.

Réplica - O que pensa sobre o crescimento do espaço conquistado pela mulher no mercado de trabalho?

Caroline - A dedicação, a coragem e a sensibilidade da mulher, que são diferentes das do homem, têm as ajudado a percorrer um caminho ímpar na sociedade, tanto no aspecto do trabalho como da família. Encontrar equilíbrio entre os projetos profissionais e o desejo de se dedicar à família é uma busca constante a ser desenvolvida. É na busca da realização pessoal que a mulher encontra esse equilíbrio. Os processos de escolhas vivenciadas pelas mulheres, em ser mãe e profissional, estabelecem-se a partir das relações sociais com o outro, seja ele filho, marido e/ou trabalho. Com sua qualidades, e por que não seus defeitos, fazem da mulher um ser especial e essencial para a construção de um mundo melhor.