O abuso de autoridade e as reformas previdenciária e trabalhista foram
os temas centrais do segundo grande ato público promovido pela
Frentas/RS nos últimos cinco meses no Estado. Reunidos em frente ao Foro
Trabalhista da Capital, representantes de todas as entidades
representativas do Ministério Público e da Magistratura estadual e
federal engrossaram o coro contra a movimentação do Executivo Federal e
do Congresso Nacional, na tentativa de aprovar projetos e medidas
autoprotetivas e prejudiciais ao sistema de justiça e à sociedade.O
presidente da AMP/RS, Sérgio Harris, e a vice Martha Beltrame, além de
outros membros do MPRS, participaram do evento.



A manifestação, organizada e ordeira, ocupou a Avenida Praia de Belas, preservando o fluxo de veículos em uma faixa. Representantes de diversas entidades de classe e instituições usaram o microfone conectado ao carro de som para apoiar o ato e criticar duramente a postura do Executivo e do Legislativo federais, que tentam aprovar a todo custo um texto que lesa gravemente os direitos dos trabalhadores e estabelece regras absurdas para as relações entre empregadores e empregados.



Em sua fala, Sérgio Harris disse que a AMP/RS é absolutamente contrária às mudanças propostas. "Na reforma trabalhista, os únicos atingidos e prejudicados serão os trabalhadores. Na reforma previdenciária, o que se pretende fazer, via Legislativo, é retirar o direito das pessoas que pagaram uma vida inteira por uma aposentadoria".



CRÍTICAS AO PLS DO ABUSO DE AUTORIDADE

O dirigente fez questão de criticar fortemente o projeto que altera a lei de abuso de autoridade, aprovado tanto pela CCJ quanto pelo plenário do Senado Federal a toque de caixa, em sessões realizadas na última quarta-feira. "O que se pretende com esses movimentos é fazer aquilo que o ministro Ayres Brito já denunciava há cerca de dois ou três anos: querem enforcar quem nunca roeu a corda".



Sérgio Harris também salientou a importância do ato público no contexto atual. "O que estamos fazendo aqui, hoje, é história. A história de quem não vai ficar calado diante desses absurdos que estão acontecendo. Vamos mostrar que o Ministério Público, a magistratura, os advogados e os servidores públicos não estão em uma luta corporativista.  Esta é uma luta de quem não vai aceitar este futuro que querem nos impor de cima para baixo. Tempestades virão. Mas se seguirmos mobilizados, atentos e com essa capacidade de articulação, tenho a mais absoluta certeza de que eles são incapazes de nos derrotar", finalizou.



Após a manifestação, o grupo seguiu em caminhada até a região central de Porto Alegre. Lá, os participantes se engajaram a outros movimentos que mobilizaram milhares de pessoas por toda a Capital.