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Segurança pública não é tratada como prioridade no Brasil, diz Beltrame no Fórum Mais Segurança
A primeira atividade da tarde na programação do Fórum Mais Segurança:
impunidade gera criminalidade contou com a participação do ex-secretário
de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, e do
mestre e PhD em Administração Luiz Marcelo Berger. Mediados pela
vice-presidente da AMP/RS Martha Beltrame, eles discorreram sobre o tema
“Caminhos para a segurança pública”.
A primeira atividade da tarde na programação do Fórum Mais Segurança: impunidade gera criminalidade contou com a participação do ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, e do mestre e PhD em Administração Luiz Marcelo Berger. Mediados pela vice-presidente da AMP/RS Martha Beltrame, eles discorreram sobre o tema “Caminhos para a segurança pública”.
Delegado da Polícia Federal aposentado e consultor na área da segurança, Beltrame abriu sua fala de forma dura. Segundo ele, embora se fale muito em segurança pública, esse tema não é prioridade no Brasil. “Fala-se muito, e pouco se faz. Atingimos uma situação muito difícil. O país vive uma crise de representatividade exponencial, uma crise institucional, uma crise econômica muito forte, atingindo a todos que dependem do serviço público. Entendo que o Estado perdeu a capacidade de atender o cidadão. Isso desacredita a população, que manifesta legítima indignação”.
SOCIEDADE PRECISA SE SENTIR PRIVILEGIADA

Beltrame destaca que no Rio de janeiro foi possível reduzir os índices de violência. Em 2007, quando assumiu, havia 41 homicídios por 100 mil habitantes. “No ano passado, o número era de 20 mortes por 100 mil habitantes. Foram poupadas 21.090 vidas. Mas a vida que é poupada não aparece. Somente as mortes geram notícia”. Ressaltou, entretanto, que o trabalho foi executado por uma série de instituições, de forma articulada. E que isso precisa ser um rumo. “É necessário unir instituições e forças, nos seus melhores potenciais”. O especialista defendeu que o Exército possa ajudar no combate ao crime organizado. “Se precisar mudar a legislação para que isso seja possível, mude-se”, pontuou.
PRENDER PARA HOJE E EDUCAR PARA AMANHÃ

Segundo ele, é necessário que o Brasil adote uma mudança no discurso que trata de segurança pública. “Para que serve o sistema penal nos países que enfrentaram com eficiência a criminalidade? Nessas nações, investiu-se em três pilares: dissuasão, incapacitação e reabilitação. Primeiramente é preciso fazer o potencial criminoso desistir da ideia antes de cometer o crime. O segundo momento é, dado que ele cometeu o crime, retirá-lo da sociedade. O terceiro elemento é a reabilitação”.
RESSOCIALIZAÇÃO NÃO É PARA TODOS

Entre outros importantes apontamentos, o pesquisador destacou que o sistema de educação no Brasil, de baixíssima qualidade, tem enorme repercussão na questão da criminalidade. “Os esforços de hoje na educação resultarão em mudanças em 10 ou 20 anos. A curto prazo, as medidas que podem surtir efeito são a dissuasão e a incapacitação do criminoso. Mais policiamento corresponde, sim, a menos crimes. Não há dúvida sobre isso. E, na relação entre probabilidade de punição e elevação das penas, primeiro temos de promover o aumento das chances de captura do criminoso. Isso também ajuda a reprimir a incidência de crimes”, ressaltou.
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